Deputado critica falta de critério para militarização de escolas públicas

Fábio Félix informou que a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar elaborou uma cartilha com direitos e deveres em uma escola militarizada

Um dos assuntos abordados pelos deputados distritais na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta terça-feira (6) foi a educação pública. O deputado Fábio Felix (PSol), líder da minoria, disse que vê com preocupação a política de militarização de escolas públicas do GDF. Felix afirmou que o governo está enganando a população ao dar a entender que as escolas militarizadas vão se transformar nas escolas militares tradicionais.

O deputado informou que a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar elaborou uma cartilha com direitos e deveres em uma escola militarizada. Na opinião do deputado, a militarização promove a precarização da rede pública de ensino. Entre os problemas do modelo, o deputado aponta a utilização de profissionais sem formação e sem experiência, a falta de projeto pedagógico, entre outros. O distrital também reclamou da implantação do modelo sem qualquer discussão com a sociedade.

"A militarização tampa o sol com a peneira, pois o problema de segurança pública não é só nas escolas, mas em todo o DF. O governo precisa atacar o problema de segurança pública em todas as cidades", avaliou Fábio Felix, acrescentando que escola é espaço de diversidade e pluralidade. Segundo ele, um estudo sobre a militarização em outros estados do Brasil demonstra que as notas de português e matemática não melhoraram. O desempenho geral destas escolas, segundo ele, até melhorou, mas por causa da exclusão dos alunos mais fracos.

Caseb – Na mesma sessão, o deputado Leandro Grass (Rede) lamentou incêndio ocorrido na noite de ontem no Centro de Ensino Fundamental do Caseb, na Asa Sul. O distrital lembrou que o Caseb foi a primeira escola de Brasília e vem sofrendo há anos com descaso e infraestrutura precária. Grass defendeu a qualidade da escola pública e propôs um grande movimento para abraçar a educação pública, com a participação de diversos segmentos da sociedade. "O que há de melhor está na escola pública, mas os projetos não são conhecidos e nem valorizados", completou.

Para a deputada Arlete Sampaio (PT), a falta de investimentos levou ao incêndio registrado no Caseb. "O estabelecimento estava sucateado e nada foi feito", destacou, lamentando o prejuízo para a memória do Distrito Federal. A distrital também chamou a atenção para a necessidade de execução das emendas parlamentares relativas ao PDAF, que destina recursos para as escolas públicas. "Os investimentos nas escolas, por meio do PDAF, acabam por economizar recursos públicos", alertou.

PM – Em outra manifestação, o deputado Leandro Grass lamentou a exoneração da comandante da PM, coronel Sheyla Sampaio, que, segundo ele, vinha fazendo um bom trabalho e sai sem nenhuma explicação do governador Ibaneis Rocha.

A deputada Júlia Lucy (Novo) também lastimou a saída da coronel Sheyla e sugeriu que a Câmara Legislativa institua mandatos para determinados cargos. "Lamento, especialmente por ser uma mulher que chegou ao posto pelo mérito, por meio de sua carreira brilhante", declarou. Ela destacou que a comandante exonerada "esteve sempre receptiva a parcerias com a Procuradoria da Mulher da CLDF", da qual a parlamentar é a titular.

O deputado Hermeto (MDB), que é oriundo da corporação, também elogiou a forma como a primeira mulher comandante geral dirigiu a PMDF. "Respeito e reconheço como a coronel conduziu a corporação nos últimos oito meses", disse. Contudo, observou que as substituições são "normais no Executivo". Na opinião do distrital, "será indicado um novo comandante à altura da corporação". Para ele, "o governador sabe o que está fazendo".

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